Seu nome: Ingrid Emily Alencar Bento
Idade: 35
Cidade: São José do Rio Preto
Onde você treina: Voar Sem Asas

1 – Com quantos anos você começou a praticar aéreos e o que te levou a buscar essa modalidade?
Comecei aos 28 anos e o que me instigou foi simplesmente a curiosidade. Não tenho histórico de atleta, muito menos de artista, rs. Me deparei com pessoas praticando em uma escola dentro de um shopping e resolvi testar.
2 – O que a prática dos aéreos significa para você?
Praticar aéreo para mim é um misto de prazer e disciplina. Voar me traz paz, autoconsciência, tranquilidade, leveza e autoconfiança. Ao mesmo tempo, tento encarar de forma séria e comprometida, buscando uma boa técnica. Gosto de aprender movimentos novos e treinar até me aprimorar, mesmo que seja apenas um hobby.
3 – Qual foi seu maior desafio no início da prática?
Sem dúvida o treino de flexibilidade, mobilidade e alongamento. Muitas vezes aquecia antes de ir para aula e depois na aula novamente, para ver se melhorava um pouco mais. Com treino, evoluí bastante.
4 – Como é conciliar sua carreira + vida pessoal com sua prática? Quais escolhas ou sacrifícios você já teve que fazer?
No início, eu cursava Residência Médica, então precisava fazer ‘malabarismo’ com os horários, para poder frequentar as aulas. Era relativamente frequente sair do hospital, após plantão noturno, e ir direto, porque era o único horário disponível para praticar. Eu chamava o tecido de “meu descanso ativo”. Atualmente, tenho mais liberdade e horários mais flexíveis, além de ter meu próprio espaço em casa, onde posso treinar um pouco mais, fora da academia.

5 – Qual sua maior dificuldade no aéreo hoje? E o que você tem mais facilidade?
Creio que aperfeiçoar movimentos que já faço, como inversão, por exemplo. Tenho alguns problemas de articulação e encurtamento muscular, principalmente no quadril, o que me causa dores, conforme treino repetidamente esse movimento.
Sinto que tenho mais facilidade em movimentos de sustentação e força de braços.
6 – O que você sente quando está no palco?
Me sinto esvaziada de preocupação. É como se não houvesse mais nada ao meu redor, além de mim e o tecido. Ao mesmo tempo em que estou concentrada e atenta ao que estou fazendo, há uma sensação de que aquilo ali não tem muito mistério: o objetivo é realizar o que ensaiei e estar totalmente presente naqueles poucos minutos.
7 – Qual foi sua apresentação favorita e por quê?
A primeira. Foi singela, para poucas pessoas, cheia de entusiasmo e leveza. Eu estava muito feliz porque minha mãe estava presente também.

8 – Que conselho você daria para alguém que quer começar a praticar ou para quem está nas primeiras aulas?
Meu conselho seria: ‘faça porque você ama o processo, não apenas pelo resultado’. No tecido acrobático, cada movimento é uma construção – às vezes lenta e desafiadora. Esteja presente em cada subida, cada nó, cada erro. Concentre-se em sentir o seu corpo no espaço e celebre pequenas conquistas, sem se preocupar em “chegar lá” rápido ou impressionar os outros. Quando a prática vem de um lugar de curiosidade e prazer, o progresso acontece naturalmente, e você descobre o verdadeiro valor da arte.
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