
Qual seu nome? Fernanda Missiaggia
E sua idade? 35 anos
Em qual cidade você mora? São José do Rio Preto – SP
Aonde você treina?
Na Altitude Escalada, com a Mari (Voar Sem Asas)
1 – Fer, com quantos anos você começou a praticar o Tecido e o que te levou a buscar essa modalidade?
Sou atriz e palhaça, sempre amei o tecido, quando via em apresentações de circo ou qualquer coisa assim. Fiz Artes Cênicas na UEL e na universidade tive a oportunidade de fazer uma apresentação o qual colocamos tecidos, isto em 2011, não era nada de mais. Uma amiga que fazia aula que me ensinou algumas coisas. Mas ali o bichinho me picou e eu quis muito fazer aulas, mas na época eu não conhecia lugares que tinha aula e nem tinha como fazer.
Então foi em 2021, aqui em Rio Preto que iniciei as aulas com a Mari e de lá para cá segui a prática!
2 – Qual foi seu maior desafio no início da prática?
Quando fiz alguns treinos lá na época da universidade o maior desafio era a falta de técnica, já que quem me ensinava era uma amiga sem muita experiência.
Quando retomei em 2021, o desafio se tornou a força e resistência para fazer alguns movimentos. Lembro que no início o portô foi bem difícil para mim. E a inversão, que é um desafio até hoje!
3 – Como foi praticar o tecido enquanto gestante, Fer?
Quando engravidei da minha segunda filha, já fazia aulas fazia tempo, então era uma prática cotidiana. A minha médica autorizou que eu mantivesse após o período dos 3 meses iniciais, tive que aguardar pois tinha um histórico de perdas gestacionais, então ela achou melhor esperar as 12 semanas iniciais onde o risco é maior.
Após este período foi muito legal poder seguir com a prática. Sempre com cuidados redobrados, evitando movimentos que apertasse a barriga e também fazendo coisas que eu tinha mais segurança em fazer, movimentos mais baixos. Desta forma me senti muito segura em seguir a prática. Treinei até os 6 meses de gestação e só não segui mais pois sabia que na minha dinâmica e rotina não seria mais possível. Mas fechei com chave de ouro em uma apresentação linda trazendo a gravidez dentro da performance, e para mim foi muito especial e inesquecível esta apresentação.

4 – Que dicas você daria para as mamães Tecidistas?
Sigam suas práticas com cuidados e orientação, é super possível treinar até o final, ou perto disto. Escute seu corpo e saiba respeitar seus limites. É uma forma de manter estes momentos tão nossos, já que a maternidade nos exige muito e muitas vezes esquecemos de nós.
5 – Depois de ter a Lis, você ficou um tempo afastada e está retornando aos ares esse ano. Como está sendo esse retorno?
Essencial para meu corpo e mente! O tecido, como eu disse, é um momento muito meu, de auto cuidado mesmo! Então retomar está me fazendo muito bem. Senti inclusive que meu corpo retomou super rápido, já que fiquei afastada mais de 1 ano, isto me surpreendeu muito! Claro que sou uma pessoa super ativa então isto ajuda, mas achei que iria ter muito mais dificuldade nesta retomada.
6 – Você também é atriz e tem um lindo trabalho como clown! Conta pra gente um pouco sobre sua trajetória.
Comecei a fazer teatro na escola, quando eu tinha 15 anos, e desde então me apaixonei por essa profissão. Como já falei no início, cursei Artes Cênicas na Universidade Estadual de Londrina e lá eu entrei em um grupo de pesquisa sobre o cômico e me encontrei. Durante o período da universidade eu tive a oportunidade de fazer um curso de palhaçaria com um grande mestre, o Ricardo Puccetti, lá que descobri a minha palhaça: Dona Miúda.
Com a Miúda eu me sinto livre para experimentar, brincar, fazer e falar. E ela está em mim sempre! Como artista, desde que iniciei o tecido, sempre quis colocar ela para voar também. Na primeira apresentação que ia fazer na nossa Mostra eu já falei que a Miúda que iria se apresentar. E desde então sempre coloco ela em cena!
Ser atriz e palhaça é algo que me completa, faz parte de mim!


7 – Por fim, como é conciliar maternidade/circo/palco/dar aulas, enfim, a vida cotidiana, Fer?
Uma loucura! Nem eu sei como consigo, as vezes! Mas também igualmente bom! Faço o que amo em todos os lados, ser atriz, palhaça, dar aulas de teatro, maternar, voar… Tudo me completa, então sinto que dou conta de organizar tudo para que eu me sinta completa mesmo! Claro que sei do privilégio que tenho de ter um marido que é muito companheiro e que me incentiva e ajuda nesta logística maluca. Junto nesta nossa parceria, com um pouco de loucura e amor, consigo equilibrar bem estes pratinhos do meu cotidiano!
As vezes vou dando focos em cada coisa, prioridades nas semanas, meses e momentos, isto ajuda a buscar este equilíbrio e dar conta de tudo!
8 – Algo mais que gostaria de acrescentar?
Quero muito agradecer a oportunidade desta entrevista e aos deuses e deusas do circo que cruzaram nossos caminhos. Admiro muito seu trabalho e treinar contigo é uma grande honra!
Além disso quero dizer para todas as mulheres e mães que não se esqueçam de fazer algo para vocês, lembrem de as vezes sair deste mergulho maluco que é a maternidade e voar para ares mais leves e íntimos. É possível sim fazer as coisas com filhos e filhas, não é fácil, mas é possível! Sigam se priorizando também, pois para cuidar do outro primeiro precisamos cuidar de nós!
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