Qual seu nome?
André Magalhães
E sua idade?
35 anos
Em qual cidade você mora?
Jaguariúna/SP e São Paulo Capital.
Aonde você treina/dá aulas?
Eu dou aulas em Jaguariúna no Espaço Lis Coradi, em São Paulo no Circo dos Bichos Doidos e em Campinas no Instituto Asa de Borboleta.

1 – Conta pra gente como foi seu primeiro contato com o Circo e o que aconteceu de lá pra cá.
É uma longa história (hehehe) vamos lá: Iniciei nas artes na escola, quando tinha 15 anos, (sim já são uns 20 anos vivendo e fazendo arte por aí) apresentei uma peça de teatro a pedido da professora de artes, fui tão bem que me encaminharam para a companhia de teatro da cidade, que naquele ano estava preparando uma apresentação de circo para o dia das crianças, com poucas semanas de aula já me chamaram para o elenco também, porém essa apresentação seria apenas com números de palhaço, nenhum dos atores tinha alguma formação ou técnica específica de circo, eu queria mais, então por conta própria comecei a treinar malabares, perna de pau e monociclo, os aéreos ainda eram um sonho distante, como eu estava em uma cidade pequena não tinha o mínimo de estrutura para poder experimentar o tecido ou algo assim. Os anos passaram e quando fiz 18 consegui comprar um moto, e o primeiro lugar que eu fui foi para uma escola de circo em campinas, finalmente conheci o tecido, trapézio e a lira, foi um encontro marcante, mas que não durou muito, pois a escola que eu fazia aulas fechou, três anos depois consegui abrir meu próprio espaço cultural e na procura por um professor de aéreos encontrei uma formação para professores de tecido, assim resolvi fazer o curso e ser o professor que eu estava buscando. com muita perseverança, humildade e um carinho com meus alunos, eu difundi os aéreos por toda a minha região, hoje muitos dos professores que atuam no circuito das águas foram meus alunos, para além disso criei toda uma cadeia econômica, pois a procura pelos aéreos trouxe a possibilidade de escolas e professores conseguirem se manter financeiramente. Não sei contar em números quantos alunos já tive, mas em bem estar, realização e arte fico muito satisfeito com tudo o que plantei e colhi para mim e para a arte na minha região.
2 – O que a prática dos aéreos significa para você?
Expressão, é nos aéreos que me expresso, me coloco como artista e pessoa. Confesso ter dificuldade de me comunicar, mas nos aéreos eu encontro este lugar seguro, para me expressar, comunicar. Para além da liberdade que sinto nos aéreos, a expressão que ele me possibilita é o que me potencializa.
3 – E quando você se descobriu como professor? Como foi?
Puxando na memória, em minha infância eu já tinha esse chamado, eu venho de uma família de mulheres fortes, cuidadoras e muitas professoras, sendo o primo mais velho eu era quem organizava a criançada nas brincadeiras e gincanas.
Falando nos aéreos eu me vi realmente como professor, quando tive a primeira apresentação com minhas alunas, quando eu vi elas subindo no tecido sozinhas e super realizadas no tecido eu percebi que aquela realização toda que a prática do tecido proporcionava a elas vinha como resultado do meu trabalho, da minha maneira de ensinar e conquistar elas para a prática física e artística. Naquele momento eu entendi, eu sou um PROFESSOR.
4 – Qual seu maior desafio como professor? E do que sente mais orgulho?
Lembra que tenho dificuldade de comunicação? hehehe, pois é, me esforço bastante em como encontrar maneiras de ser bem compreendido pelos meus alunos, trabalho bastante na minha comunicação, em como ser entendido por eles com um aproveitamento melhor.

5 – Como é praticar aéreos sendo homem? Quais são os desafios?
O primeiro obstáculo é vencer o próprio preconceito, não acreditar que é uma atividade feminina, é sim uma atividade fisica muito prazerosa, para homens e mulheres, crianças e adultos, jovens e mais velhos. Dentro da comunidade aerialista eu não sinto desafios, não sou uma pessoa que se importa muito com isso, sou feliz sendo homem e fazendo tecido, mais feliz ainda por ser professor e ter em minhas turmas meninos e meninas homens e mulheres que fazem dos aéreos sua prática física e fonte de bem estar.
6 – Sabemos que você tem desenvolvido muitos projetos novos! Conta pra gente o que está fazendo no momento?
Minha cabeça fervilha de idéias e projetos, no momento tenho me dedicado a escola ONline de circo a Voo Mágico circo, a minha vontade de conhecer outras escolas e pessoas que fazem aéreos, dirijo a Cia Etherea que é um grupo de pesquisa e prática circense do Espaço lis Coradi, e estou na produção do meu espetáculo solo infantil, o Paçoca e o Circo Aéreo.
7 – Qual seu conselho para quem tem o sonho de ter o Circo como carreira?
Acho que é importante aprender coisa pra além da prática circense, é muito importante saber se produzir, se vender, entender de segurança. É preciso saber mais do que subir no aparelho. Como a arte circense é multifacetada, seus artistas e professores também tem que ser.


8 – Algo mais que gostaria de acrescentar?
Fica aqui o meu Agradecimento a Mari e ao Voar sem asas, foi muito bacana dividir minha história com vocês, feliz de ver a turma dos aéreos unida!
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Respostas de 2
Essa professor, amigo, querido e preferido arrasa muito. Sou aluna dele a nove anos e é impressionante o quanto ele evoluiu como artista e professor, muito orgulho dele e sua trajetória. Continue sempre essa pessoa incrível ❤️
Que legal!!